Eu estou empreendedora. Nasci e me criei no varejo, sou apaixonada pelo varejo…

Tenho 40 anos , um filho de 15 e um filho de 6 anos que é a Shopper Supply, a agência que criei de Trade MKT com o sonho de democratizar o Gerenciamento por categorias para todos os tamanhos de varejo e para qualquer pessoa.

Meus pais eram varejistas, boa parte da minha infância e adolescência foi dentro das lojas, mas minha mãe não me dava moleza. Me desafiou a aprender tudo: abrir e fechar caixa, fazer inventário de estoque, atender os clientes, limpar e organizar a loja, fazer vitrine e escolher sortimento. Eram lojas de roupa de revenda e fabricação própria. Então, eu muitas vezes também estava na fabrica, ajudando nas modelagens, recolhendo os retalhos e papeando com as costureiras enquanto ensacava as peças prontas.

Eu não sei dizer de qual parte eu gostava mais, acho que era de todo o processo que estava por trás da venda. Um produto passa por tantas etapas até chegar na mão do cliente e ser usado, já carrega tanta história. E hoje estou aqui trabalhando com outros varejos, ajudando a fazer todas essas histórias terem mais sentido.

O que mais me encanta e me emociona em nossos “jobs” é ver o resultado. Parece óbvio, mas não é. Como hoje temos um consumo não linear, temos que errar para acertar, temos que testar e isso faz com essa jornada seja bem mais desafiadora. Através do Trade Mkt conseguimos isso. O importante é fazer sempre com o conceito do fail fast, que é um de nossos principais valores hoje. Nossa principal função é de ser um facilitador entre varejo e consumidor e indústria e varejo. Pois em termos de serviço que oferecemos temos o objetivo de deixar mais fácil, seja a operação, seja o entendimento sobre os números ou até mesmo a estratégia. Mas sempre é importante, através do trade mkt, direcionar o máximo das estratégias através de números e não pelo achismo. Pode ser a execução de um planograma ou um processo inteiro de gerenciamento por categoria, ou até mesmo uma simples ação. Tudo precisa ser direcionado por números, metas e testes.

Estamos na véspera de uma “nova normalidade” em nossas vidas. Já estamos nessa transição de hábitos e esse tempo no isolamento social está nos ajudando a projetar dia a dia esse futuro e nos auxiliando numa mudança um pouco menos dolorida, já que estamos ganhando tempo para se acostumar.

Quando as portas se abrirem e estivermos dentro de nossas lojas prediletas, vamos querer distância. É isso mesmo! Vamos querer nos auto servir. Não vamos querer ninguém andando atrás da gente e nem nos ofertando nada. Vamos querer todos ainda a 1,5m de distância. Vamos até o caixa para pagar a contragosto. Se o varejo tiver um self check out, certamente é o que vamos preferir. Se pudermos pagar pelo celular, melhor ainda.

O que isso significa para nós do Trade Mkt e para os varejos, principalmente?

Comecem agora a montar já a estratégia de atendimento. Os colaboradores do salão de vendas precisarão entender que só deverão ir até o cliente se forem chamados. Precisam se mostrar disponíveis sim e estarem receptivos no salão, mas respeitando a distância que se fará necessária nessa retomada tímida que vamos ter. O bom e velho sorriso será mais do que bem-vindo nesse novo modelo de atendimento.

Outro ponto que precisamos preparar são os novos protocolos de higiene. Precisarão estar muito visíveis para esse cliente que está te dando a honra da visita. Isso significa ter dispositivos de álcool gel por toda a loja, ter área dos caixas sendo limpos o tempo inteiro, higienização dos produtos/mostruários, Higienização de carrinhos e cestinhas e evitar experimentação de produtos.

E por último, a loja precisa ser o mais autosserviço possível que conseguir. Invista em comunicação visual explicativa e também numa arrumação que ajude o cliente na jornada. Faça o máximo para que o cliente consiga fazer as compras com pouco ou nenhum auxilio.

E assim aos poucos vamos nos adaptar para um série de novos hábitos que ainda não conseguimos prever com exatidão. O importante é ficarmos atentos e sermos ágeis.