Este ano, na NRF 2024: Retail’s Big Show, Kate Ancketill trouxe insights impactantes que delineiam as mudanças dramáticas no cenário varejista. Um dos destaques foi a questão demográfica no Japão, onde a venda de fraldas geriátricas superou as fraldas infantis, criando uma pressão financeira significativa.
Emerge a clareza de que estamos nos despedindo da era da abundância e adentrando a era da transformação. Nesse contexto, a proteção do consumidor assume um papel crucial diante de forças como urgência climática, crise no custo de vida, imperativos regulatórios e mudanças éticas. O “Círculo Houdini” se destaca como um exemplo inspirador de varejo que efetivamente adota a proteção do consumidor.
Outra tendência notável que Kate apresentou é o DPP (Passaporte Digital de Produtos). Essa abordagem inovadora cria “passaportes” para produtos, estabelecendo uma conexão direta entre varejistas e consumidores, promovendo a participação ativa das comunidades.
A valorização da revenda e a introdução da IA empática são pontos-chave. A crescente adoção de assistentes de voz, solução de problemas multimodal e a epidemia de ansiedade e solidão são forças motrizes nesse cenário.
Kate ressaltou que o consumidor agora desempenha o papel de guardião do produto. A percepção do novo mudou, não sendo mais uma necessidade intrínseca. A discussão avançou para o fenômeno da economia prateada, onde os idosos compram menos produtos e solicitam mais serviços.
Dentro desse contexto, o DPP surge como uma ferramenta disruptiva. Ele não apenas reúne informações sobre o produto, incluindo sua identidade digital, mas também prevê incluir, nos próximos anos, dados sobre preço e valor de revenda. Surpreendentemente, mais de 80% dos compradores já consideram o valor de revenda ao tomar decisões de compra.
A era da inteligência artificial mais empática está se consolidando. Com 40% dos varejistas utilizando de alguma forma a IA, espera-se que esse número alcance 80%. Kate aponta que estamos vivenciando uma era de intensa inteligência artificial, mas alerta para a insegurança emocional que ela pode desencadear. Essa preocupação impulsiona a busca por uma IA empática, uma “empathetic A.I.”, que se assemelhe a uma interação humana, conversando de forma próxima e compreensiva.
Além disso, Kate abordou a tendência da “era pós-real”, onde o mundo parece imerso em isolamento. Espaços experienciais, como os encontrados na loja Restoration, e espaços de varejo de decoração, como Gucci e Roboverse da Jidu, tornam-se mais proeminentes nesse cenário, proporcionando uma experiência única aos consumidores.
Em resumo, os insights compartilhados por Kate Ancketill na NRF 2024 sinalizam uma mudança radical no paradigma do varejo, com a necessidade de adaptação às novas realidades demográficas, tecnológicas e emocionais, moldando assim o futuro do setor.